A primeira mudança aconteceu quando eu me casei. Saí da casa
dos meus pais levando apenas alguns objetos pessoais e parte do enxoval. Até
que não foi tão mal. Tudo novinho para uma nova vida... É uma sensação muito
bacana cozinhar num fogão que acabou de sair da caixa, dormir numa cama com
cheiro de plástico-bolha, estrear o controle remoto da TV... Chegar da noite de
núpcias e encontrar a casa todinha pronta, cada coisa em seu lugar. Maravilha!
Até que...
Três anos depois eu decidi que queria me mudar, ir para uma
casa maior. “Por quêêêêêê???”, era a pergunta que todos me faziam. E eu
simplesmente queria me mudar, ter novas experiências. Mal sabia eu que aquela
decisão renderia tantas outras mudanças.
Não ficamos muito tempo na casa nova... Literalmente nova
porque tinha acabado de ser construída. Mas, como a vida é mesmo uma caixinha
de surpresas, precisamos nos mudar de cidade. Nisso, eu já tinha herdado alguns
móveis (leia-se “cacarecos”) de família e não queria ir para a próxima
residência com tudo aquilo onde nada combinava com nada. O prazo era curto,
porém decidimos reformar toda a mobília da sala num faça-você-mesmo repleto de
experiência-nenhuma. E toca a reunir a família... A mulherada toda animada!
Pobre adora um mutirão! Rsrsrs.
Era a primeira vez na minha vida que eu moraria num
apartamento. Além de ser no último andar estava todo destruído. O que sobrou do
carpete precisou ser retirado, pois parecia que alguém havia soltado um leão lá
dentro. Descobrimos um piso que daria para reaproveitar e o mutirão inteiro,
munido de querosene e milhões de outros solventes, jogado ao chão esfregando
restos da cola do carpete.
Sinceramente, eu não sei explicar como que em 15 dias
conseguimos fazer pátina em todos os móveis da sala (mesa de jantar, sofá de
madeira, mesinhas de canto, pequenas estantes- ainda rolou pátina em banquinhos, mesa da cozinha), pintar o apartamento (compramos faixas decorativas, misturamos cores de tinta), consertar
vazamentos e fazer a mudança. Meu marido quase pariu um gato quando viu que a sala inteira
estava rosa e amarela... Sim, porque do processo de “restauração” da mobília
ele não participou, só as "meninas" foram convocadas para essa missão.
Eu e meus cunhados fizemos muitas viagens num fiat uno
branco abarrotado de vasos de plantas e alguns cacarecos reformados com o suor
do nosso corpo. Pobre é assim e ainda grita: O QUE DÁ PRA LEVAR DENTRO DO
CARRO... LEVAAAA!!! Lógico que a gente não ia correr o risco dos trogloditas-do-caminhão-de-mudança
machucarem uma plantinha ou arranharem a nossa pátina rosa. Nem pensar!
No final deu tudo certo e passamos alguns bons meses nos
sentindo dentro de uma casinha de bonecas. Porém, no verão seguinte...
1 comentários:
Ai, Mi, as pessoas me chamam de louca, mas eu adoro uma mudanca, hahaha!
bjos
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