Sair de uma casa grande para uma bem menor tem seu preço. É
a mesma coisa de você querer colocar o Brasil dentro de Portugal. Por isso,
traçamos um plano estratégico: todas as caixas receberam etiquetas com
numeração e indicação do cômodo onde deveriam ser depositadas.
Fizemos uma planilha no Excel com o conteúdo de cada caixa.
Ex.:
·
Caixa 01
Local:
sala
Conteúdo:
livros, CDs e DVDs.
Nossa esperança era de, com esse inventário, conseguir
organizar melhor cada cômodo e abrir somente as caixas estritamente
necessárias. Já sabíamos que essa mudança não seria definitiva – afinal nada é
definitivo nessa vida – e procuraríamos desencaixotar somente o básico para o
dia-a-dia. O plano era morar ali algum tempo e comprar uma casa com a nossa
cara, do tamanho ideal e tudo o mais.
Se o carnaval de 2011 tivesse sido em fevereiro, mais uma
vez não fugiríamos a regra e nos mudaríamos em ritmo de folia. Ainda bem que
não foi assim.
Quando o caminhão chegou, instruí os ajudantes a lerem a
etiqueta de cada caixa para depositá-las nos cômodos corretos. A coisa começou
bem, mas sabem como é mudança. Assim que virei as costas foi um oba-oba de
caixas dispostas a bel prazer. Todo o nosso plano estratégico foi por água
abaixo. Caos!
Seis meses depois nos mudamos para cá... Nossa casa de
verdade. Como havia ainda muita coisa encaixotada o transporte foi mais
simples, principalmente porque, dessa vez, não mudamos para outra cidade.
Conciliar o trabalho fora de casa com todo o trabalho que precisa ser feito
dentro de casa não tem sido uma tarefa fácil e ainda há caixas aguardando a vez
de serem abertas. Ainda há objetos com destinos incertos. Porém, num passo de
cada vez, a organização tem sido priorizada (apesar de não parecer tanto).
Aos poucos, vou me despedindo da cigana Sandra Rosa Madalena
que habita em mim, pois pretendo estabelecer meu pouso. Lembrando da velha
frase clichê “nunca diga nunca”, fico por aqui enquanto os ventos soprarem nessa direção.
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