... No verão seguinte... Ah, no verão seguinte rolou um papo
rápido sobre como seria bom morar ainda mais próximo do trabalho. Que tal nos
mudarmos efetivamente para aquele bairro? Isso nos levaria a mais uma mudança
de cidade, mas estávamos praticamente na “fronteira”. Foi tudo muito rápido
(como sempre) e quando nos demos conta a casa inteira já estava encaixotada e
desmontada.
De um apartamento em Niterói para outro situado no coração
do Rio de Janeiro. Só que teve um detalhe importante: a mudança aconteceu em
pleno sábado de carnaval! Hã?!?! O caminhão disputava espaço com os carros
alegóricos das principais escolas de samba do Rio, ruas interditadas,
engarrafamentos, prazos. Eu explico: fui para o apartamento antes de a mudança
chegar com o intuito de deixar tudo organizado para recebê-la. O marido estava
de carona no caminhão. O nosso novo prédio tinha uma regra: mudanças só poderão
ser realizadas até às 17h. Já passava das 4 da tarde quando o meu celular tocou
e meu marido avisou que não tinha previsão para chegar já que o trânsito estava
caótico.
Sentei na calçada e esperei... esperei... esperei... Sr.
Antônio, o porteiro, chegou cabisbaixo, dizendo entre os dentes: “Dona, sinto
muito te dizer isso, mas sua mudança não poderá ser realizada”. CUMÉ QUIÉ, SEU
ANTÔNIO???? Assim, ele levantou o dedo indicador e apontou para a placa que
dizia: “Caros condôminos, gentileza respeitar o horário máximo de mudanças: 17h”.
Não, seu Antônio... Não pode, seu Antônio... “Ordens da
síndica!”... Pô, seu Antônio, quebra essa!... “Não é que eu não queira, é que
eu não posso”... Como não pode, seu Antônio?! Tem que poder...
Expliquei que o caminhão estava a caminho, mas por conta do
carnaval a coisa chegou naquele pé e bla bla bla. Finalmente, às 18h o caminhão
estacionou em frente ao prédio. Confusão formada! A síndica, nada amiga, nada
compreensiva, nada simpática, estava de braços cruzados na portaria. “Não
passa!”. E foi um tal de passa e não
passa que nem o horário de verão perdoou e o céu já começava a querer
escurecer.
“Senhora, pelamordedeus, enquanto estamos nesse
passa-não-passa a hora tá passando!” Não lembro como conseguimos chegar num
acordo, mas tudo passou, inclusive o tempo...
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