O tempo passou. Lógico! E um sentimento velho conhecido
começou a me visitar com frequência. Era chegado o momento de outra mudança.
Mas antes disso, os cacarecos reformados com pátina cor-de-rosa foram
substituídos por outras mobílias. Não havia mais espaço físico, tempo hábil e
disposição para lixar tudo e repetir o processo. O ruim de transformar móveis
usando certas cores e detalhes é que você se cansa muito rápido. Foi lá pelos
idos de 2004 que descobri o significado da frase “menos é mais”. Outro detalhe importante: esse vaivém de
monta-desmonta reduz demais o tempo de vida dos móveis. É fato.
A mudança aconteceu em janeiro de 2005 sem grandes
atropelos. Mas, cinco anos depois partimos para uma nova aventura. Estava na
hora de voltarmos a morar numa casa e deixar de vez essa vida de apartamentos.
Para quem foi nascido e criado em casa com quintal e árvores frutíferas, viver
preso numa “gaiola” era algo bastante incômodo. Buscávamos a grama molhada de
sereno, espaço para criar cachorros e brincar de pique-esconde... Queríamos
resgatar a tranquilidade e o canto dos pássaros... Precisávamos de sossego e
natureza.
Com tudo isso, percebemos que o tempo nos fez acumular muitas
tralhas. Mas, mesmo após tantas mudanças não aprendemos a lição de que mudar no
carnaval não é uma boa escolha. Para não fugir a regra: Carnaval de 2010,
sábado, caminhão abastecido de caixas e mais caixas, subindo a serra para ser
feliz. Caos!
Um ano inteiro de muita paz, clima ameno, cães correndo pelo
quintal... Dias felizes! “Ahhhh, agora
sim encontramos o lugar onde passaremos o resto das nossas vidas. Mudanças
nunca mais!”. Em janeiro de 2011, mais precisamente no dia 12, descobrimos
com muita dor no coração que aquela frase clichê “nunca diga nunca” realmente é
verdade. Tragédia na região serrana do Rio de Janeiro: mortes, medo,
incertezas, angústias, lágrimas, dúvidas, tristeza... É, precisamos descer a
serra...
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