Vira e mexe nos fazemos essa pergunta. Porém, para
organizar a casa e a vida é necessário praticar o desapego. Não quero parecer
radical porque cada um sabe o que é verdadeiramente importante para si, o que
desejo é propor uma reflexão em conjunto... Eu daqui e vocês daí. Certo?
Vamos nos
concentrar nos objetos os quais temos uma relação emocional. Primeiro
precisamos compreender as emoções despertas para que possamos lidar com elas.
Há objetos que, para nós, vão além da sua condição física, ou seja, desenvolvemos
laços afetivos com eles. Muito bem, não quer dizer que precisamos nos desfazer
de tudo, nem jogar fora o primeiro desenho que o nosso filho fez ou seu
primeiro caderninho da escola. O importante é termos consciência do nosso apego
e trabalhar isso da melhor forma a fim de não guardarmos tudo o que julgamos
“importante”.
Uma frase
que dizemos constantemente quando se trata de descartar um objeto é: “Mas
foi fulano que me deu isso!”. Se você não está usando um item por muito
tempo (por exemplo, há mais de um ano que você nem toca nele), é um indicador
claro de que ele precisa ir. Se não há lugar para guardá-lo e/ou não há
necessidade que o faça, desfaça-se dele vendendo, doando, trocando, etc.
Às vezes,
julgamos um objeto com insubstituível. Exemplo: artigos artesanais,
desenhos dos filhos. Porém, se você tem muito desses objetos, selecione os que
realmente quer guardar e os que precisam ser descartados. Uma dica é organizar
em pastas de plásticos transparentes os desenhos das crianças ou escolher
alguns para emoldurar e decorar uma parede. Você também pode fotografar esses
objetos e guardar num arquivo digital para “visitar” quando quiser.
Objetos que
simbolizam um momento único da sua vida, como seu vestido de
casamento ou um ingresso de um show que merece ser sempre lembrado, podem
parecer significativos, assim jogá-los fora ou nos livrarmos deles nos dá a
sensação de que ficará um vazio imenso em nossa vida ou o que está indo embora
é um pedaço de nós mesmos. É importante lembrar que o objeto não é uma parte da
nossa história pessoal. Na realidade, é apenas um objeto, ocupando espaço. Seu
significado está em nossa mente e pode continuar lá... É a memória que é
importante, não o item em si. Você, provavelmente, tem fotos lindas usando o
seu vestido de casamento e, talvez, tenha fotografado o show que tanto curtiu.
A lembrança está aí e, provavelmente, muito mais interessante do que ter o
objeto em si.
Acreditar
que, em algum momento futuro, você pode precisar de algum
objeto que tem a intenção de se livrar, é um erro constante. Guardar roupas que
não cabem mais acreditando que vai emagrecer para usá-las novamente, é um
exemplo clássico. Toda vez que você se ouvir dizendo a palavra “pode”, é melhor
parar e avaliar o contexto. “Pode” é um código para “eu nunca vou usar isso”.
Objetos que
também são problemáticos no ciclo do “pode” são os livros e periódicos. Separe
os que realmente são importantes e fique com eles. Uma dica é manter um “diário
de leitura” em relação aos livros. Anote o título e a data em que foi
consultado pela última vez e verifique com que constância você o solicita.
Aqueles que há tempos você não consulta podem ser trocados por outros mais
interessantes para o momento atual da sua vida ou vendidos, doados.
Em relação a
revistas, eu tinha algumas de dez anos atrás, muitas de decoração. Andei
folheando-as para ver se ainda existia alguma ideia aproveitável, mas a maioria
já estava obsoleta, acumulando poeira e espaço na minha casa.
Nós também
temos a síndrome de achar certos objetos lindos e atraentes.
Geralmente, esses objetos são bugigangas ou itens realmente bonitos, mas que
não vamos usá-los por diversos motivos. Os itens que você usa pelo menos uma
vez por ano, como é o caso de artigos de decoração natalina merecem ser guardados.
O mundo está cheio de objetos lindos, mas eles não podem viver em nossas
gavetas.
Traçando
Estratégias
Faça um
cronograma. “Destralhar” a casa é como
fazer dieta, é preciso um pouco de tempo para ver os resultados. Se você
pretende gastar 12 semanas limpando sua casa, defina os cômodos que serão
limpos e organizados por semana. Você pode investir tempo nos quartos dispondo
de 4 horas/semana para cada um deles, se sua cada não estiver muito entulhada
de coisas. Porões, sótãos e garagens podem levar 8 horas +ou-. Se você tem uma
tonelada de lixo, certamente precisará de mais tempo. Mas não se esqueça de
separar algumas horas por semana para cuidar de você e de outros compromissos
nessas 12 semanas.
Prepare-se. “Destralhar” desperta nossa bagagem
emocional. Prepare-se para ter uma pequena conversa interna sobre como lidar
com esse processo de se desfazer de coisas que atribui valor sentimental. Uma
dica: Antes de começar o processo não perca seu tempo pensando sobre itens
específicos, para aqueles que têm dificuldades em tomar decisões é recomendado
não pensar em coisas demais. Se você está se sentimento emocionalmente
sobrecarregado, chame um amigo.
Acertar o
relógio. Para agilizar e se
manter em movimento, use um timer e o programe para despertar a cada 2 horas.
Se concentre no tempo e se esforce para trabalhar com ele. O objetivo é
progredir e não chegar à perfeição. Se você trabalhou por 01 hora e deseja
fazer uma pausa, ajuste o timer para 10 ou 15 minutos e depois volte ao
trabalho.
Obter três
sacos de lixo. Podemos
usar caixas também. Você vai precisar de três sacos ou caixas em todos os
momentos: um para coisas que você vai jogar fora, um para doar itens e um para
itens que você não tem certeza. Quando os sacos ou caixas estiverem cheios,
levá-los para fora do local (ex. Quarto)... Você começa a ver que tem mais
espaço e sente como se realmente estivesse realizando algo.
Criar regras
de “Sim-Não” Em vez de considerar
cada item em profundidade, estabeleça 5 segundos para tomar uma decisão em
relação a eles, especialmente se forem objetos fáceis de lidar. Se você não tem
usado tal item recentemente, é jogado fora ou doado. Se tem usado regularmente,
guarde-o. Não se deve atrasar a decisão, é preciso ser rápido e dizer “sim” ou
“não”. Se realmente não tiver certeza, é aconselhado deixar o(s) objeto(s) no
saco ou na caixa com uma etiqueta “Não tenho certeza” e armazená-los na garagem
ou em um local fora de casa. E lembre-se: os sacos ou caixas devem conter no
máximo 5% dos itens que você está classificando.
*Adaptado
de Confronting Your Clutter Conundrums by
Arianne Cohen.
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