E aqui na Terra do Sol, o astro-rei resolveu tirar férias lá
em Recife (como disse a minha amiga Yara) e me deixou com cestos transbordantes
de roupas sujas. Como lá fora o vendaval corria uma maratona e a chuva estava
encharcando até os passarinhos, resolvi tentar encontrar o caminho para Nárnia
no meu closet.
Gente, quando eu abri a porta do closet, a primeira coisa
que me veio em mente foi: “Será que eu sou uma daquelas pessoas acumuladoras
que aparecem na televisão?”... Estava um fuzuê de meter medo! Eu mal conseguia
transitar e enxergar o carpete. Malandramente, comecei a arrumação de fora para
dentro, ou seja, arrumei o quarto, troquei as roupas de cama, varri, passei
aspirador de pó... pra dizer a verdade, varri até as paredes... hehehehe. Em
seguida, parti para o banheiro da suíte. Deixei a bancada da pia brilhando,
arrumei todos os creminhos, perfumes, etc. e tal.
Aos poucos, fui reunindo coragem e força para atacar o
closet caótico. Em pleno feriado éramos eu e uma sinusite nojenta que resolveu
me atacar. Meu nariz estava tão vermelho que me senti o próprio Rudolf (A Rena “viada”
do nariz vermelho, lembra?). No rádio, tocava músicas das antigas. Vassouras de
um lado, aspirador do outro, lencinho para assuar o nariz de vez em quando,
sacolas para separar o “joio do trigo”... Nárnia aí vou eu!
Primeiro, consegui localizar o carpete. Várias meias órfãs
ficaram reunidas num canto, num espaço destinado a elas na esperança de algum
dia encontrarem seus pares perfeitos. Algumas viraram paninho de tirar poeira,
outras acabaram tendo que se contentar com outros pares meio tortos. Enfim... a
empreitada foi mais rápida do que eu pensei. Não encontrei o caminho para
Nárnia, mas consegui me encontrar numa organização básica.
Lá fora, as árvores uivavam ao sabor do vento forte, a chuva
respingava nas vidraças, as ondas do mar pareciam quebrar no meu quintal. Aqui
dentro só calmaria, aquela paz com cheiro de lavanda. E foi assim que a
quinta-feira passou.
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